Olaria de Redondo já está na Lista de Inventário Nacional de PCI

Em 2019, a História e Memória foi convidada pelo Município de Redondo para integrar uma equipa de trabalho constituída para inscrever as Técnicas Decorativas da famosa Olaria de Redondo no Inventário Nacional do Património Cultural. Da equipa de trabalho, entretanto constituída, fizeram parte Hugo Guerreiro, coordenador do projeto e responsável pela inscrição do Figurado de Estremoz na UNESCO; Rui Mataloto e Ana Recto, técnicos superiores do Município de Redondo, e José Calado, da História e Memória. A constituição do dossier não foi de fácil execução devido a uma série de obstáculos que marcaram o percurso, sendo o principal, a propagação e difusão da pandemia que atrasou, por mais de uma vez, o desenvolvimento do projeto. Felizmente, a persistência e o empenho de todos, incluindo dos dois executivos que lideraram o projeto durante a sua execução, e, sobretudo, a enorme disponibilidade e auxílio de dos oleiros e pintoras de Redondo, possibilitaram a concretização do mesmo. O reconhecimento deste grande trabalho aconteceu no passada segunda-feira, dia 9 de Dezembro de 2024, com o Património IP a confirmar a inscrição da manifestação “Técnicas de Decoração da Olaria de Redondo” na lista de salvaguarda urgente do Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, como publicado no Diário da República  2ª série, anúncio nº 300/2024. O Município de Redondo, e essencialmente os oleiros e as pintoras da tradicional e “artística” olaria de Redondo estão assim de parabéns por este grande resultado. A História e Memória espera, sinceramente, que este seja o impulso que faltava para a revitalização da Olaria de Redondo e que os vários agentes, instituições e entidades saibam aproveitar a classificação para promover, “e salvar” uma arte de excelência.

Com esta inscrição e classificação as nossas responsabilidades também aumentam, competindo a cada um de nós contribuir para a salvaguarda deste Património que é de todos nós e para todos, mas sobretudo dos oleiros e das pintoras, que resistindo a todas as adversidades e à emergência e afirmação de outros materiais, têm defendido o barro, os traços, as cores e a olaria de Redondo como ninguém. Nutrimos por eles um enorme respeito e admiração e espero que a eles outros se possam juntar num futuro próximo. Consideramos por isso que foi uma conquista de todos os redondenses, do executivo, da equipa de trabalho que tivemos o prazer de integrar, mas, sobretudo, dos oleiros, dos pintores e das pintoras de Redondo, por serem eles os verdadeiros precursores e transmissores desta arte.